Silogismos da bananalidade
A glória como acaso genético.
A actual desordem é o inadiável da ordem do futuro.
A liberdade pede à natureza que esta a siga para o abismo.
Ter opiniões inúteis como guilhotinas.
A desdomesticação implica a disseminação, o egoísmo, o nomadismo, etc.
A modéstia na natureza é sempre falsa.
The scale is the viewer.
The landscape is the bloody content.
O crime é afilhado da honestidade.
A justiça é uma indústria débil.
A falsidade da inteligência é melhor que a nobreza dos materiais.
A prolixidade torna-nos infames.
A harmonia é menos um conteúdo do que um descontentamento.
O terror é o pressuposto de qualquer esforço jurídico.
A desarmonia convida ao conformismo ou ao ópio.
Há uma confusão entre a hierarquia do mundo e a das palavras da qual nunca nos iremos desembaraçar.
A história serve para sobrepovoar o vazio do presente.
À força de sermos desordeiros tornamo-nos clássicos.
Como escapar ao totalitarismo do presente?
Pratica-se a retórica da virtude para tornar o deboche mais consequente.
A composição tem estado em estado de decomposição.
As melhores circunstâncias assentam no terror.
As ferramentas desmoralizam-nos.
Teorias que amam cadeiras eléctricas.
O poder exerce-se cada vez mais com um sentimento de falta de espaço – que sufoco!
A virtude é um erro de publicidade.
Estou a usar a telepatia como forma de desmaterializar a arte.
O território invadiu os mapas.
Temo-nos tornado escravos da documentação de actos libertários.
A prostituição divina como finalidade da luta de classes.
A moral é o subúrbio da Doxa.
As opiniões dependem do próximo subsídio.
A grandeza como uma variedade intrigante de mediocridade.
As calamidades são sofistas.
A demiurgia como suicídio. O cadáver de Deus é o mundo.
A natureza está sob a alçada de subtilezas jurídicas.
Uma opinião (Doxa) não se desenvolve, desembaraça-se.
A única tarefa de um governo deve ser a protecção da complexidade.
O mal torna o poder paranóico.
Como acreditar numa liberdade que precisa de subsídios.
A doxa é tanto uma propriedade do visível quanto da enunciação.
A enunciação como Divina Anunciação.
A invisibilidade é um efeito do tempo.
A desobediência social tornou-se uma fantasia de submissão.
Quem incita ao crime combate-se.
A vontade de Deus é Negação atrás de Negação.
A justiça vai ao cabeleireiro porque não se acha opulenta.
A refutação torna as evidências estimulantes.
«Quem insulta Deus louva-o» (Eckhart). Quem o louva insulta-o.
A igualdade é uma calamidade pública.
Temos constatado que os jogos de linguagem se parecem com jogos de linguagem, mas não são jogos de linguagem – o que é que está então em jogo?
Não há liberdade sem excessos.
Os conceitos impõe-se para camuflar o vazio.
A Doxa emerge no fim do strip-tease conceptual.
Ir para o campo pode ser deprimente.
O revolucionário é um tirano que ainda não apanhou a moda.
A demiurgia é dissipação. Só o incriado não se degrada.
Os revolucionários sofrem de insónia.
Sendo a potência diabólica, todos os actos são divinos.
Os casos exemplares são inadequados.
O segredo está na excelência da sorte.
O acaso ajuda a fazer as conjecturas mais agradáveis.
As guerrilhas de libertação são cínicas.
À sobremesa peço sempre uma bananalidade.
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